INFORMAÇÃO SUMÁRIA

 

Padroeiro: São Paio.

Habitantes: 636 habitantes (I.N.E. 2001) e 666 eleitores em 31-12-2003.

Sectores laborais: Agricultura e pecuária, vinicultura, pequeno comércio e pequena indústria.

Tradições festivas: Senhora de Fátima (Agosto), S. Paio (26 de Junho), S. Bento (Agosto), Santo André (Agosto) e Senhora do Amparo (1º domingo após a Páscoa).

Valores Patrimoniais e aspectos turísticos: Igreja e cruzeiro paroquiais, cruzeiro do Regueiro, capelas da Senhora dos Aflitos de S. Bento e de Santo André, Miradouro do Cavaleiro Alvo, margens e moinhos e Azenhas no rio Canles.

Gastronomia: Cabrito à moda da terra, enchidos de porco e presunto caseiro.

Colectividades: Centro Desportivo e Cultural de S. Paio.

ASPECTOS GEOGRÁFICOS

A Freguesia de S. Paio, tem o seu principal acesso pela E.N. 202,  que liga até à Freguesia de Castro Laboreiro, na subida da serra da Peneda, e dista dois quilómetros da sede do concelho. A área da freguesia aproxima-se dos 991 ha.

Confronta com Roussas, a norte e nascente, Cubalhão e Lamas de Mouro, a sul, e Paderne e Prado, a poente.

É composta pelos seguintes lugares principais: Cavaleiro Alvo, Carvalha Furada, Amial, Arrasa, Outeiro, Barreiros, Santo André, Cavencas, Paço, Pombal, Devesa, Lourenços, Cruzeiro, Ponte, Baratas, Soutulho, Gaia, Barata, Granja, Carreira, Real, Carpinteira, Costa, Regueiro, Travessa, Langendo e Cruz da Sé.

RESENHA HISTÓRICA

A origem do seu topónimo parece óbvia, vem do seu padroeiro, S. Paio.

Fez, em tempos recuados, parte integrante da vizinha freguesia de Pademe. Por sua vez, na época medieval, de S. Paio vieram a desmembrar-se Prado e Remoães, que se erigiram em freguesias autónomas. Santa Maria da Porta (a actual Vila) absorveu Santa Maria do Campo e S. Fagundo.

No Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo, pode ler-se textualmente:

 « A história desta igreja está associada à do mosteiro beneditino de São Paio de Paderne. Em Junho de 1071, a infanta D. Urraca doou a Santiago de Compostela metade deste mosteiro e da vila do Prado. Posteriormente, em 1118, Ónega Fernandes doou à Sé de Tui a quarta parte do mosteiro de São Paio, em reparação por seu filho ter assassinado um homem na igreja de Penso (v. Padre Avelino J. da Costa).

Em 1125, D. Teresa confirmou à Sé de Tui a doação do rei Teodomiro, na qual se incluía esta igreja. Na divisão das igrejas e arcediagados da diocese de Tui, em 1156, coube ao Cabido o mosteiro de São Paio de Paderne, da terra de Valadares. Não há referências ao mosteiro, posteriores a esta data, mas apenas à igreja de São Paio de Paderne.

As Inquirições de D. Afonso III, de 1258, situam-na 110 couto de Melgaço, da colação de São Paio de Paderne.

O rei detinha um quarto do seu padroado. No catálogo das igrejas situadas ao norte do rio Lima, que o rei D. Dinis mandou organizar, em 1320, para a determinação da taxa a pagar, a igreja de São Paio de Paderne foi taxada em 40 libras. Enquadrava-se nessa época na terra de Valadares.

No título dos rendimentos dos benefícios eclesiásticos da comarca de Valença, organizado entre 1514 e 1532, sendo arcebispo D. Diogo de Sousa, continua a não se fazer referência a São Paio de Melgaço. Aparece apenas o mosteiro de Paderne com o rendimento de 714 réis e meio. No registo da avaliação de 1546, feito no tempo de D. Manuel de Sousa, no título respeitante à “terra da vila de Melgaço”, é referida a câmara de São Paio que, em conjunto com a metade da igreja do Prado, pertencente ao arcebispo, e “‘hua terça do castello”, valia 100 mil réis. Diz-se mais no aludido documento, que a vigairaria perpétua deste benefício rendia 15 mil réis.

Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, a câmara arcebispal de São Paio. anexa perpetuamente à mesa arcebispal, era também anexa a São Lourenço do Prado. Américo Costa descreve-a como abadia da apresentação do Ordinário, situando-a na freguesia de São Paio, concelho e comarca de Melgaço, distrito de Viana do Castelo.

Em termos administrativos, pertenceu, em 1839, à comarca de Monção e, em 1874, à de Melgaço. No censo de 1864 figura sob a designação de Melgaço – São Paio e, nos de 1878 a 1930 como São Paio de Melgaço. Pelo decreto-lei n ” 27424, de 31 de Dezembro de 1936, passou a ter a actual designação.»

Freguesia com mais de uma vintena de lugares, conta com 636 habitantes, de acordo com os números dos Censos 2001.

Segundo a “Corografia Portuguesa”, em 1706 tinha 200 fogos. No ano de 1862, a “Estatística Paroquial” regista 280 fogos e 990 habitantes. Dois anos depois, a “Estatística Civil” anota quase que uma duplicação: 1 867 habitantes. A “Corografia Portuguesa” de1868 fala já de 345 fogos. Em 1878, o autor de “O Minho Pitoresco” refere 295 fogos e 1 051 habitantes. Inicia-se então a era dos censos: o do ano de 1890 aponta 250 fogos e 1 031 habitantes; em 1900 — 260 e 1020; em 1911, 284 e 1045; em 1920 — 254 e 1043; em 1930 — 260 e 1098; em 1940—315 e 1312; e, finalmente, no ano de 1981 contabilizava 995 residentes.

Quanto ao património edificado refira-se o cruzeiro do Regueiro e as capelas da Senhora dos Aflitos de S. Bento e de Santo André. A Igreja Paroquial é de construção recente, mas tem no seu interior uns interessantes retábulos e outras imagens dos séc. XVI e XVII que pertenceram à antiga matriz. Esta antiga matriz era um dos raros espécimes do estilo das igrejas da Provença , no Sul de França — e, em Portugal, única no seu género —,  mas, infelizmente, foi destruída em 1930. No templo de hoje, vulgar, permanecem apenas alguns interessantes retábulos e algumas imagens dos séculos XVI e XVII.

Segundo dados colhidos na Junta de Freguesia, no inicio deste 3º milénio, a população de São Paio, a nível de residentes, era de cerca de 1.000 pessoas, 70% das quais, segundo pensa a Junta de Freguesia ainda se dedicam à agricultura. Destas sensivelmente metade cultiva a terra apenas para auto consumo familiar e só 20% produz com alguma rentabilidade, excedentes que comercializa. A produção de vinho Alvarinho é de longe a que mais rendosa se tem mostrado. É também aquela em que alguns jovens agricultores têm investido, outras produções estão referidas como: as culturas da batata, centeio , milho e hortifrutos.

Para além das actividades agrícolas, o sector secundário está representado por serração de madeiras, carpintaria, manufactura de blocos para a construção civil, fabrico de produtos em betão armado e pela própria construção civil. Segundo a Junta de Freguesia não tem havido investimento industrial como era de esperar. Isso deve-se em grande parte ao facto de não haver espaços próprios para a implantação de oficinas e indústria, previstos no PDM e até à configuração declinada dos terrenos. Daí que se tenha sempre emigrado, nomeadamente para a Europa e Canadá e Estados Unidos. Os emigrantes que regressam, investem no geral na habitação própria e na construção civil.

No capítulo do ensino, existe um estabelecimento para o pré-escolar, uma escola pública do ensino básico para o 1.º ciclo, outra privada para nível equivalente. Na vila de Melgaço  a 2 Km, os alunos podem dar continuidade aos seus estudos.

   

Fontes consultadas: Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias – Autarcas do Séc. XXI, Inventário Colectivo dos registros Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo.

251 401 595
j.f.s.paio@sapo.pt
 
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